sábado, 30 de novembro de 2013

O Suicídio

"Os idosos portugueses (...) estão entre os que mais se suicidam", segundo o Eurostat. Este fenómeno é cada vez mais comum na sociedade atual, quer seja em Portugal ou outro país ou ainda idosos, adultos e adolescentes. Mas porquê? Porque é que alguém escolheria acabar com a própria vida? Em 1897, o filósofo francês Émile Durkheim publicou "O Suicídio" onde demonstra que nem fatores psicopáticos, pobreza, hereditariedade ou outros fatores pessoais não são motivos suficientes para a explicação do suicídio. Durkheim conclui que o suicídio é o resultado da falta de integração social. Para além do já referido, Durkheim identifica vários tipos de suicídio. 
São eles:

1 - Suicídio egoísta:

  - Acontece quando um indivíduo se sente excluído da sociedade.

2 - Suicídio altruísta:

  - Ocorre quando um indivíduo e outro são muito próximos. Mata-se quando vê outra pessoa a morrer.

3 - Suicídio anómico:

   - Acontece quando algo grande surge de repente na sua vida, como entrar em falência ou mesmo ganhar a lotaria.

4 - Suicídio fatalista:

   - Quando a sociedade quase não muda. Como por exemplo, a sociedade dos escravos.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                               Rui Lopes.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Diferença entre Problema Social e Problema Sociológico


Muitas vezes empregam-se as expressões “problema social” e “problema sociológico” como se tivessem o mesmo significado. Trata-se duma confusão que há grande interesse em evitar porque, em rigor, o significado de cada expressão é completamente diferente um do outro.
 
Por um lado o problema sociológico é um problema de conhecimento científico que aparece e se resolve no âmbito da sociologia, ou seja, os problemas sociológicos são os objetos de estudo da Sociologia enquanto ciência, a qual se debruça sobre esses para compreender suas características gerais. Estes problemas são questões de explicação teórica do que acontece na vida social, isto é, na sociedade, como por exemplo: o casamento, a família, violência doméstica, a moda, a religião, as relações de trabalho, a cultura, desigualdade social, etc.
 
Por outro lado um problema social tem origem em fatores sociais e tem consequências sociais, como por exemplo: a violência doméstica. No entanto, a classificação de um problema social é subjetiva, pois, o que é um problema para uma cultura pode não ser para outra.
 
Desta forma, podemos dizer que todos os problemas sociais são problemas sociológicos, mas nem todos os problemas sociológicos são problemas sociais.
 
                                        
                                                                                                                                              Miguel Maia

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Os factos sociais, a estrutura e a acção social



 21 de Novembro de  2013, ocorreu a manifestação dos polícias que em grande número saíram à rua para demonstrar o seu descontentamento relativamente aos cortes salariais previstos no Orçamento de Estado para 2014.
 Se a manifestação por si só é um facto social, a manifestação de todos os polícias denomina-se, na área da sociologia, de fenómeno social. Esta manifestação que é inclusive uma particularidade enquadra-se nos padrões do comportamento social.


 Pode dizer-se que este fenómeno social teve como principal objectivo esbater as diferenças da estrutura social e terminar com as enormes diferenças entre as classes sociais. Esta foi uma tentativa de findar com o velho ditado " os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres", que se aplica inequivocamente aos nossos dias.
 Os factos sociais (como as  manifestações), para Émile Durkheim (um dos grandes fundadores da sociologia), forneciam matéria prima da Sociologia. Para este, os factos sociais são " maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, e dotadas de um poder coercivo em virtude do qual se lhe impõem", ou seja, os factos sociais na sua perspectiva são as diferentes formas de agir e reagir àquilo que nos é imposto.


 Durkheim chegou à conclusão de que existem forças sociais ao individuo que influenciam as atitude e os comportamentos de cada um, isto significa que, os grupos sociais em que estamos inseridos, como o trabalho (neste caso: a polícia), a família e os amigos são as principais forças sociais externas que influenciam o comportamento e as atitudes.
 Contrariamente a Émile Durkheim, Max Weber (outro dos pioneiros da Sociologia) alargou a perspectiva sociológica ao inserir o conceito de acção social. Para Weber as razões que levam o indivíduo a levar uma acção a cabo, como fazer parte da manifestação ou ser um dos impulsionadores, prende-se não com os grupos sociais que integramos e com as influências de que somos alvo, mas sim com a dimensão individual da realidade social, ou seja, os fenómenos têm carácter único e singular. 

 Por fim, pode concluir-se que a noção de ver os factos sociais como externos ao indivíduo foi a contribuição de Durkheim e Weber a compreensão mais profunda da sociedade. Estamos perante uma abordagem "interna" de Weber e uma abordagem "externa" de Durkheim.
  Bruno Vaz 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Conhecimento do senso comum e o conhecimento científico




O conhecimento do senso comum e o conhecimento científico são dois tipos de conhecimentos.
O conhecimento do senso comum é uma forma de pensar, agir e sentir da maioria das pessoas de uma sociedade e que se acumula no decorrer dos tempos. É um conhecimento subjetivo pois baseia-se em opiniões; é espontâneo porque surge de informação obtida através dos nossos sentidos; é ingénuo pois é assimilado sem sentido critico; é dogmático sendo que acreditamos nele como se tratasse de verdades inquestionáveis.
Um exemplo do conhecimento do senso comum é quando a chave emperra na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta, acabamos por descobrir (conhecer) um jeito de girar a chave sem emperrar. 

Já o conhecimento científico tenta explicar por meios de estudos, por meio da experimentação e da observação, uma resposta científica para determinada questão. É objetivo procurando ser universal, válido para todos; é sistemático porque é construído de forma sistemática e consciente pelos cientistas; é metódico pois, recorre a métodos e técnicas de investigação que asseguram a sua validade; é crítico porque procura questionar a realidade e também questionar-se a si próprio, um exemplo disso é quando se descobre uma vacina que evite uma doença.
Para além destas diferenças todas que existe entre estes dois tipos de conhecimento, também há semelhanças entre eles como o facto de ambas surgirem a partir da necessidade do ser humano de entender o mundo á sua volta.

                                                                                                                             Ana Rita Duarte

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A formação da sociologia


As transformações ocorridas na sociedade europeia no séc.XVIII formaram uma nova ordem social designada de mundo contemporâneo. A agitação desta época foi vivida com grande intensidade pelos pensadores que trocavam entre si ideias sobre a situação da sociedade da época. Auguste Comte, Karl Marx e Herbert Spencer foram os principais impulsionadores da sociologia deste século e produziram algumas obras de grande importância para a fundação desta disciplina.
No séc. XX dá-se a consolidação da Sociologia e destaca-se Émile Durkheim e Max Weber como fundadores dos seus alicerces. Estes, apresentavam perspetivas sociologicas diferentes pois, enquanto o Durkheim acreditava que os factos sociais eram a "matéria prima" da sociologia e que eram  variáveis, Weber focava-se na ação social e nos detalhes dos fenómenos que ajudassem a compreender a ação individual e não apenas o fenómenos de forma global. Ambos produziram importantes obras para a disciplina que ainda hoje são relevantes: estudo sobre o suicídio de Durkheim e a ética protestante e o espirito do capitalismo de Weber.

Cláudia Leite

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O fenómeno social total


O conceito de "fenómeno social total" implica que aquilo que o caracteriza é uma multiplicidade de aspectos que com ele se relacionam. 
«Com o conceito de "fenómeno social", [Marcel Mauss] estabeleceu dois princípios. Qualquer facto, quer ocorra em sociedades arcaicas quer em modernas, é sempre complexo e pluridimensional; pode, pois, ser apreendido a partir de ângulos distintos, acentuando cada um destes apenas certar dimensões. Todo o comportamento remete para e só se torna compreensível dentro de uma totalidade, quer dizer: constelações compósitas de recursos, representações, acções e instituições sociais intervêm nas mais elementares relações entre pessoas». Este conceito retrata a realidade social como complexo e pluridimensional, o que significa que ao falarmos de pluridimensional falamos em geral, ou seja, ao falarmos de uma assunto que aconteceu, falamos em geral da razões de esse acontecimento. Por exemplo, se falamos das várias causas da morte, falamos do fenómeno da morte em geral.
Cada fenómeno social é simultaneamente histórico, económico, demográfico, psicológico, sociológico, etc. Por isso, um mesmo fenómeno social pode ser estudado por várias Ciências Sociais. Nenhuma delas consegue explicar o fenómeno na sua totalidade, por isso torna-se necessário proceder a estudos interdisciplinares.
                                                                                           Daniela Pacheco.



quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Ciências Sociais e a Sociologia




Podemos dizer que as ciências sociais são o conjunto das ciências que têm por objeto os factos sociais, isto é, as relações do ser humano com a sociedade. São um ramo da ciência distinto das humanidades, que estuda os aspectos sociais do mundo humano, ou seja, a vida social de indivíduos e grupos humanos. Temos como exemplo disso, a Economia, a Psicologia, a Sociologia, a História, a Política, a Antropologia e a Demografia.

A sociologia é uma das ciências humanas que estuda a sociedade, ou seja, estuda o comportamento humano em função do meio e os processos que interligam os indivíduos em associaçõesgrupos e instituições. Enquanto o indivíduo na sua singularidade é estudado pela psicologia, a sociologia tem uma base teórico-metodológica, que serve para estudar os fenómenos sociais, tentando explicá-los, analisando os homens nas suas relações de interdependência. Compreender as diferentes sociedades e culturas é um dos objetivos da sociologia.

Em conclusão, podemos dizer que as ciências sociais desbruçam-se sobre a mesma realidade social ou fenómeno social, só que “olhos” diferentes.
Andreia Monteiro

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Homem como produto/produtor de cultura




 Quando nascemos, não somos de imediato providos de cultura, é através do processo de socialização que nos tornamos seres culturais. Consoante o nosso crescimento vamos nos apercebendo das maneiras de actuar e pensar do grupo onde estamos inseridos, vamos também tornar-las como nossas. 
A cultura encontra-se espelhada naquilo que somos, ela não é hereditária, adquire-se em interacção com os outros, é por ela que nos inserimos numa organização social, é pela socialização e prática social que a cultura se adquire.

 No entanto dizemos também sermos produtores de cultura, porque nela participamos inseridos num grupo. Graças ao nosso contributo a cultura é uma realidade viva e em incessante evolução : cada geração recebe-a como um património que herda e simultaneamente trabalha-a acrescentando-lhe as suas contribuições, ao encontrar novas normas e valores, ao inventar novas formas de relacionamento ou de realização.
Letícia Alves