sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Os factos sociais, a estrutura e a acção social



 21 de Novembro de  2013, ocorreu a manifestação dos polícias que em grande número saíram à rua para demonstrar o seu descontentamento relativamente aos cortes salariais previstos no Orçamento de Estado para 2014.
 Se a manifestação por si só é um facto social, a manifestação de todos os polícias denomina-se, na área da sociologia, de fenómeno social. Esta manifestação que é inclusive uma particularidade enquadra-se nos padrões do comportamento social.


 Pode dizer-se que este fenómeno social teve como principal objectivo esbater as diferenças da estrutura social e terminar com as enormes diferenças entre as classes sociais. Esta foi uma tentativa de findar com o velho ditado " os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres", que se aplica inequivocamente aos nossos dias.
 Os factos sociais (como as  manifestações), para Émile Durkheim (um dos grandes fundadores da sociologia), forneciam matéria prima da Sociologia. Para este, os factos sociais são " maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, e dotadas de um poder coercivo em virtude do qual se lhe impõem", ou seja, os factos sociais na sua perspectiva são as diferentes formas de agir e reagir àquilo que nos é imposto.


 Durkheim chegou à conclusão de que existem forças sociais ao individuo que influenciam as atitude e os comportamentos de cada um, isto significa que, os grupos sociais em que estamos inseridos, como o trabalho (neste caso: a polícia), a família e os amigos são as principais forças sociais externas que influenciam o comportamento e as atitudes.
 Contrariamente a Émile Durkheim, Max Weber (outro dos pioneiros da Sociologia) alargou a perspectiva sociológica ao inserir o conceito de acção social. Para Weber as razões que levam o indivíduo a levar uma acção a cabo, como fazer parte da manifestação ou ser um dos impulsionadores, prende-se não com os grupos sociais que integramos e com as influências de que somos alvo, mas sim com a dimensão individual da realidade social, ou seja, os fenómenos têm carácter único e singular. 

 Por fim, pode concluir-se que a noção de ver os factos sociais como externos ao indivíduo foi a contribuição de Durkheim e Weber a compreensão mais profunda da sociedade. Estamos perante uma abordagem "interna" de Weber e uma abordagem "externa" de Durkheim.
  Bruno Vaz 

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